quinta-feira, 9 de abril de 2009

O primeiro

Em casa a ansiedade já tomava conta, Caramba! Hoje vai ser meu primeiro encontro!
Banho, perfume, maquiagem, cabelos prontos e um vestidinho bem bonito...Acho que tá bom...
Chegando no lugar marcado, olhos atentos, procurando alguém que nunca vi. Nem tive o trabalho de esperar, quando percebi ele já vinha na minha direção, com um lindo sorriso. Nos cumprimentamos. Não era só eu quem estava envergonhada, ainda bem! Compramos os ingressos para o filme e fomos nos sentar, pra conversar enquanto não chegava a hora da sessão. O papo rolou numa boa, de vez enquando ficávamos em silêncio, meu rosto ficava vermelho e ele não tirava os olhos de mim...Sempre sorrindo.Chegou a hora do filme. Nos levantamos e fomos para nossas poltronas. O filme começou. Eu olhava pra tela, mas estava atenta a todos os movimentos dele. Mas, que movimentos? Ele tava quietinho, prestando atenção ao filme. E eu comecei a ficar preocupada, jurava que no cinema ele tomaria a iniciativa. O filme terminou e nada!Tudo bem, to superando. Voltamos a nos sentar na praça...Conversamos mais, até que a conversa chegou no perigo, no meu ponto fraco, relacionamentos...Mas sabe, ele me fez sentir tão à vontade, que resolvi dizer a verdade. Ele me olhou, perplexo. Disse que não podia ser verdade, que aquilo era impossível, Como uma garota tão bonita como vc...Isso não faz sentido! Sim, faz sentido...Passei anos me sentindo rejeitada, esquisita, feia até, também nunca entendi por que as coisas aconteceram desse jeito. Mas foi assim, então é porque tinha que ser. A conversa continuou e de repente, ele pegou na minha mão. meu coração estava pulando no meu peito e eu tentava lembrar como se respirava. Mantive a calma. Ele olhou pra mim, com um olhar de quem pede permissão. Eu sorri. Pedido concedido. Nossos lábios se tocaram. Pela primeiras vez meus lábios com outros lábios. Sensação estranha, confesso. Minha cabeça rodopiava, pensamentos embaralhados e eu não sabia o que estava acontecendo. Besta! Quanto tempo durou? Não tenho idéia. Pra mim foi uma eternidade. Acabou. Abri meus olhos, e ele sorria para mim. Sorri de volta e automaticamente minhas bochechas ficaram vermelhas. Que vergonha! Mas eu estava tão feliz que verbalizei isso. Ele continuou sorrindo. Nos levantamos e ele segurou minha mão. Como é bom, né? Na escada ele me abraçou e continuamos andando. Paramos em um banco numa pracinha. Estava uma penumbra bonita, a noite era clara e por entre as folhas das árvores a lua brilhava. Que noite! Ficamos ali um bom tempo. Na verdade eu nem percebi o tempo passar. Mas ele passou e eu tinha que voltar pra casa. Enquanto o ônibus não chegava eu aproveitava o tempinho que tinhamos juntos...Provavelmente perdi uns dois ônibus. Mas ai, enquanto estava abraçada com ele, de olhos fechados, senti que a hora de ir embora estava chegando e quando abri meus olhos...Meu ônibus! Sai correndo e fiz sinal. Corri pra porta, mas no meio do caminho mudei de idéia. Voltei, pousei meus lábios sobre os dele mais uma vez e sorri. Subi no ônibus e fechei meus olhos. Era mesmo tudo verdade? Sim, era verdade. Essa sim é uma lembrança que eu vou gostar de guardar, pra sempre...

4 comentários:

Claudinha Santos disse...

"Quanto ao seu comentário no meu texto: Realemnte eu acredito que palavras não definem e que ninguém pode simplesmente ser definida, somso infinitos em conhecimento, em verdades, em amor e temo muito a aprender. Obrigada pelo seu lindo comentário; Quanto ao seu texto ele é de uma verdade que dá pra sentir daqui. Gosto de como escreves. Bjs."

Claudinha

Unknown disse...

Poxa, só de pensar que de certa orma eu ajudei a construir esse momento incrível eu sinto uma felicidade muuuuito grande!

O meu primeiro beijo, foi muito mais complicado e menos romantico que o seu, mas saiba que com certeza esse foi apenas o começo de tudo...
Ah! lindo texto!
Beijão

Patrick de Melo

Claudinha Santos disse...

"Você pode dizer o que quiser, eu leio com toda a atenção. Um abraço Natália e ... Volte sempre"

Claudinha

WitchSoul disse...

Quem diria que uma simples frase seria uma grande verdade oculta?
Sur nos lèvres...