Sob os holofotes

Sabe, a gente vai amadurecendo...as responsabilidades vão chegando, e a gente tem que traçar os rumos da vida. Da minha vida eu já sabia o que fazer...tudo programado, cronometrado...
Fazer CEFET, ser técnica em edificações, fazer arquitetura, ir pra França e trabalhar muito e ter a minha empresa de arquitetura e decoração.
É, eu queria muito isso, queria. Depois que comecei a cantar, um lado artista começou a falar mais alto. Quando assisto a um filme, já me imagino no lugar da atriz, como eu gostaria de fazer a cena, essas coisas..
Ver um casal apresentando uma dança, Meu Deus! quase piro...dançar é tão mágico, quando o cavalheiro sabe como nos conduzir, quando não, mas que pelo menos esteja com vontade de dançar, parece que a gente flutua, que não tem mais controle sobre suas pernas...a gente faz o que ele quiser...
E quando vejo uma apresentação de canto, nem se fala...sou muito crítica e já começo a nalizar todos os detalhes, desde a postura, até o olhar e a interpretação da música (não que eu faça isso muito bem, mas é mais fácil ver essas coisas nos outros, e tentar fazer do jeito que se acha melhor).
Quando eu canto, parece que o chão fica mole, minha cabeça para e um filme passa na minha frente, me teletransporto pra outra dimensão. O problema é que toda essa minha mania de perfeição acaba por me inibir..errar não é comigo.
Não consigo me imaginar sentada numa cadeira, em um escritório, fazendo no autocad a planta de um apartamento pra decorar... Quando me imagino no futuro, me vejo trabalhando com pessoas, com entretenimento, mas não nos bastidores...essa não é a minha praia...eu quero é estar sob os holofotes, fazendo qualquer coisa, atuando, dançando, cantando, não impota, o que realmente importa é que eu quero ser uma artista.
Só me falta admitir que é isso que eu quero pra minha vida, e mergulhar de cabeça!
Ainda faço isso, pode apostar!